Inventário de GHG ISCC biodiesel: do campo a produção

Fazer um inventário de GHG ISCC para uma produtora de biodiesel exige uma visão de ciclo de vida (ACV) e o cumprimento simultâneo de regras de cálculo, rastreabilidade e verificação. No ISCC EU (e também no ISCC PLUS, cuando aplicable), o método segue a estrutura da RED II, somando as etapas CEE (cultivo), el (Cambio de uso de la tierra), EP (tratamiento), ETD (transporte y distribucion) mi UE (usar), com possíveis créditos/ajustes (carnada, ECCS, ECCR) — tudo expresso em gCO₂e/MJ.

1) O que exatamente é o Ep (tratamiento) e por que ele pesa no biodiesel?

O Ep cobre as emissões dentro da usina: consumo de eletricidade e calor (vapor/biomassa/gás), combustíveis auxiliares (diesel/gasolina internos), solventes (ex.: n-hexano), reagentes (NaOH, H₂SO₄, KOH), enzimas, água de processo e tratamento de efluentes, além de perdas e purgas do sistema. O ISCC 205 descreve que o operador deve coletar dados primários de todo o processo (não só da “parte do biodiesel”), usar factores de emisión (FE) e poderes caloríficos inferiores (PCI/LHV) conforme as listas oficiais e documentar evidências auditáveis (facturas, balanços de massa/energia, relatórios de utilidades).

Para os FE e LHVs, a referência regulatória na UE é o Regulamento de Execução (UE) 2022/996: seus anexos trazem valores-padrão (Standard Values) e regras para uso de valores reais. En general, quando o operador calcula “valores atuais” (actuals), os FE de combustíveis, eletricidade e insumos devem vir do Anexo IX (ou de bases reconhecidas alinhadas a ele) e ser aplicados às quantidades medidas no período inventariado.

2) Alocação entre biodiesel (óleo) e coprodutos (farelo/glicerina)

Biodiesel é um processo multifuncional: além do produto principal (óleo convertido a FAME, HVO, etc.), há coprodutos (farelo, glicerina, torta, destilados). A RED II resolve isso por alocação energética (com base no LHV/PCI de cada saída), tanto para os valores default quanto para os cálculos com dados atuais. En términos prácticos, depois de somar as emissões do Ep, a usina distribui o total para cada saída proporcional à energia contida (MJ) de cada produto. Esse princípio é central para caminhos de biodiesel (Soja, colza, palma, macaúba, etc.).

3) Duas realidades de suprimento: (A) fazendas sob controle da empresa vs (B) compra 100% de terceiros

A) Empresa controla as fazendas (cadeia verticalizada)

  • Dados de campo (CEE): a empresa coleta dados primários de cultivo (diesel agrícola, fertilizantes N-P-K, calcário, irrigación, defensivo, resíduos e manejo), además de áreas e histórico de uso do solo (para el). Con eso, consegue calcular CEE por talhão/fornecedor e, cuando aplicable, el (DLUC) de forma robusta.
  • Beneficios: maior precisão para eec/el, possibilidade de comprovar boas práticas (redução de N sintético, eficiência de diesel, controle de queimadas), mi traçabilidade direta para auditorias ISCC.
  • Riscos/controles: manter sistemas de dados consistentes, muestreo, evidências geoespaciais, FEs coerentes e verificações internas periódicas (MRV) para garantir replicabilidade dos números auditados.
  • Ep e alocação: na usina, os consumos são medidos por centro de custo (vapor, eletricidade, solvente, reagentes, enzimas, efluentes). Aplica-se o 2022/996 para FE/LHV e, ao final, aloca-se por energia entre biodiesel e coprodutos (ex.: farelo).

B) Empresa compra 100% de fazendas terceirizadas (cadeia “merchant”)

  • Dados de campo (CEE): a usina depende de declarações de fornecedores certificados (Declaraciones de sostenibilidad) e/ou de valores default quando a rota é elegível. En tantos casos, o operador não calcula eec/el internamente — recebe os números do fornecedor ISCC-certificado.
  • Conformidade: todos os elos que “produzem/coletam/processam/armazenam/comercializam” material sustentável devem estar cobertos por um certificado ISCC; cuando faltarem dados reais, isso precisa ficar claro nos documentos de entrega, para não quebrar a consistência de “actuals” a jusante.
  • Ep e alocação: o operador continua obrigado a calcular seu Ep com dados da usina (consumos, FEs do 2022/996), está en alocação energética permanece idêntica.

Em ambos os cenários, inventário de GHG ISCC robusto = dados primários medidos + FEs/LHVs regulatórios + rastreabilidade auditável.

4) Como montar o Ep passo a passo (checklist prático)

  1. Delimite o período (normalmente 12 meses).
  2. Feche o balanço de massa/energia: entradas (grão/óleo/álcool/catalisador/solvente/enzima/água) y salidas (biodiesel, farelo/torta, glicerina, desperdicio).
  3. Colete consumos com fontes rastreáveis:
    • Eletricidade: kWh comprados/gerados; aplicar FE conforme 2022/996 (ou base nacional equivalente documentada).
    • Calor/vapor/combustíveis: MJ ou kg/l; FE oficial do 2022/996.
    • Solventes e químicos: kg e FE por kg; priorize listas oficiais mi fichas dos fornecedores quando permitido.
    • Água de processo e efluentes: m³ e FE alinhado a bases LCA reconhecidas (como ecoinvent), quando abrangido no limite do sistema; documente hipóteses.
  4. Transforme tudo em COmi: multiplicar quantidades por FE correto (unidades consistentes).
  5. Some o Ep total (kg CO₂e).
  6. Alocação energética: calcule o LHV/PCI das saídas (biodiesel, farelo/torta, glicerina etc.), some os MJs e rateie o Ep proporcionalmente.
  7. Normalização: reporte kg COe/kg e/ou g COE/MJ do produto principal, conforme o mercado/regulação.
  8. Verificação interna: checagens cruzadas, reconciliação de faturas, comparação com safras anteriores e trilhas de auditoria ISCC 205.

5) O papel dos valores-padrão e quando usá-los

A RED II e o 2022/996 disponibilizam valores-padrão (default e disaggregated default). Eles são úteis quando:

  • hay insuficiência de dados primários na cadeia (por ex., suprimento 100% terceirizado com dados incompletos),
  • O caminho de produção é claramente coberto pelos anexos, mi
  • o operador atende às condições de elegibilidade de uso do default.
    Nos demais casos (ou para buscar melhor desempenho), recomenda-se valor atual (actual value), desde que consistente e verificável ao longo da cadeia.

6) Boas práticas que reduzem Ep (e o total E)

  • Eletricidade de menor intensidade de carbono (contratos, PPA, autoprodução renovável) mi eficiência elétrica (motores, VSDs, recuperação de calor).
  • Otimização de vapor/calor (isolamento, reboilers eficientes, integração térmica).
  • Gestão de solventes (recuperação de n-hexano, control de pérdidas).
  • Química verde e dosagem ótima (enzimas/catalisadores com menor FE por kg).
  • Água e efluentes: redução de consumo e tratamento eficiente (menores emissões indiretas); usar FEs de bases reconhecidas (ex.: ecoinvent) quando pertinente e conforme as regras do ISCC.

7) Como apresentar o resultado ao mercado (e ao auditor)

O dossiê final deve mostrar: fronteira do sistema, metodologia (RED II/ISCC 205), fontes de FE/LHV (2022/996), dados brutos auditáveis, tabelas de cálculo (Ep total e alocado), indicadores normalizados (gCO₂e/MJ; kgCO₂e/kg ou por tonelada seca), está en cadeia de custódia ISCC (declarações e certificados dos fornecedores). Isso viabiliza a validação por auditor independente e a emissão correta da Sustainability Declaration com o GHG declarado.

Conclusión

Quer a empresa controle as fazendas, quer compre tudo de terceiros, o caminho para um inventário de GHG ISCC robusto é o mesmo: dados de qualidade, Factores oficiales (2022/996), alocação energética mi rastreabilidade auditável conforme o ISCC 205. Isso garante comparabilidade internacional (gCO₂e/MJ), atende a exigências de mercado e cria um ciclo de melhoria contínua no Ep e no resultado total E.

Contamos com uma equipe sênior, especialista em inventário de GHG ISCC, que domina a aplicação prática do ISCC 205 (metodologia RED III) e das regras de verificação ao longo da cadeia — do eec/el no campo à alocação energética e ao Ep na usina. Atuamos no diagnóstico de dados, construção de planilhas auditáveis, reconciliação de FE/LHV oficiais, preparação para auditoria e emissão correta das declarações de sustentabilidade, alinhadas aos documentos vigentes do sistema ISCC. Se a sua empresa quer reduzir riscos, comprovar desempenho climático e acessar mercados exigentes, nós conduzimos a jornada completa até a certificação com segurança e previsibilidade.

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