Se você procura um panorama confiável sobre o histórico da Bonsucro no Brasil — com dados oficiais, recortes por atividade (produção vs. cadeia de custódia), viradas regulatórias (EU-RED v3.0, BPS v5.2, Protocolo v7.0) e o que priorizar rumo a 2026 — este artigo organiza tudo em um só lugar, com links de fonte primária para auditoria e atualização contínua. Para monitorar o “agora”, a Bonsucro mantém o dashboard Certificate Holders, com download semanal (Week-YYMMDD.xlsx), que espelha o estado da base na semana.

1) Linha do tempo: do pioneirismo à consolidação
O Brasil assumiu papel de prime mover na certificação de cana e derivados. No Outcome Report 2019, a Bonsucro registrou 70 usinas certificadas no Brasil, de 123 no mundo naquele ano (~57%), destacando que a participação brasileira seguia líder enquanto outras regiões, sobretudo Tailândia e Índia, aceleravam a adesão. Esse recorte ajuda a entender por que o país aparece, historicamente, como referência em escala industrial e maturidade de governança. A partir de 2021, o Plano Estratégico 2021–2026 institucionalizou metas, indicadores e revisões, com relatórios anuais de progresso que permitem acompanhar usinas certificadas, hectares e ganhos de impacto. No Year 3 (fechado em 31/03/2024), a Bonsucro reportou 164 usinas certificadas e 2,36 milhões de hectares de área certificada (parte ainda sujeita a finalização de auditorias no momento do fechamento), sinalizando aceleração de escala e amadurecimento de cadeia.

2) Como ler o “mapa vivo” do Brasil (produção × cadeia de custódia)
No painel, filtre Country = Brazil e Status = Certified. Para diferenciar atividades (link no final do artigo):
- Produção (BPS) — usinas/farms auditados no Bonsucro Production Standard; é o KPI usado quando a Bonsucro fala em “número de usinas certificadas”.
- Cadeia de Custódia (ChoC) — operadores que não necessariamente produzem cana, mas movimentam/comercializam produto certificado via mass balance, garantindo rastreabilidade de alegações. A página oficial da ChoC lista os princípios (implementar mass balance, validar/reconciliar/traçar dados).
No snapshot da semana (Week-141025), o Brasil aparece com 115 certificados válidos. Classificando por flags de padrão presentes no XLS (Produção vs. ChoC), a fotografia é predominantemente integrada: BPS + ChoC corresponde à maioria das entradas — leitura coerente com o perfil industrial brasileiro e a necessidade de sustentar claims auditáveis ao longo da cadeia.

3) Viradas regulatórias que impactam o Brasil em 2025–2026
Três marcos explicam a pressão positiva por governança, LCA e rastreabilidade:
- EU-RED v3.0 (add-on) — obrigatória desde 21 de maio de 2025 para todos os operadores Bonsucro EU-RED (auditorias e extensões de escopo já devem usar a v3.0). A versão define expressamente que é um add-on ao BPS, à ChoC e ao Certification Protocol (sempre usada em conjunto). Para quem exporta etanol/eletricidade para a UE, isso significa atualizar metodologias de GEE, elegibilidade e evidências alinhadas à RED III.
- Bonsucro Production Standard v5.2 — obrigatório desde 2 de dezembro de 2023, substituindo v5.1; há Implementation Guidance em PT/EN para transformar indicadores em prática de campo/indústria. Se sua operação é BPS + ChoC, alinhar BPS v5.2 e mass balance é essencial para consistência de auditoria e comunicação.
- Certification Protocol v7.0 — lançado em agosto/2025, com política de implementação estabelecendo que todas as auditorias devem aderir à versão 7.0 a partir de 1º de janeiro de 2026. Inclua no seu plano um gap analysis, atualização de SOPs, treinamento e readiness check por site/escopo.
Ohistórico da Bonsucro no Brasil entra agora em uma fase de consolidação regulatória (EU-RED v3.0, BPS v5.2 e Protocolo v7.0), que redefine prazos e evidências para 2025–2026.

4) O que mudou na geografia: Brasil líder, mas com diversificação
Em 2019, o Brasil somava ~57% das usinas certificadas globais; desde então, a Bonsucro registra crescimento acelerado na Ásia (notadamente Tailândia e Índia), reduzindo a participação relativa do Brasil, mas mantendo a liderança absoluta. Essa dinâmica aparece nos relatórios e se confirma, semana a semana, no painel/XLS. Tradução prática: o bolo cresce e fica mais repartido, o que aumenta o benchmark competitivo e a necessidade de eficiência, LCA e rastreabilidade para sustentar prêmios e acesso a mercados.
5) O que colocar no seu plano 2025–2026 (Brasil)
Ajustes técnicos e de governança
- BPS v5.2: revisar procedimentos de campo/usina, indicadores e registros. Use a Implementation Guidance para padronizar coletas e evidências entre fornecedores.
- ChoC (mass balance): reforçar controles de reconciliação e rastreabilidade; alinhar claims (contratos/etiquetas/notas) ao escopo ChoC certificado para evitar non-conformities.
- EU-RED v3.0: recalibrar planilhas de GEE, matrizes de elegibilidade e evidências; todas as auditorias/escopos EU-RED já migraram para a v3.0 desde 21/05/2025.
- Certification Protocol v7.0: programar transição até 01/01/2026 (cronograma com organismo de certificação, atualização documental e treinamentos).

Rotina de dados e atualização
- Painel para consulta diária e XLS semanal para “foto” consolidada — explique essa cadência no método do seu relatório para justificar variações de contagem.
Séries históricas (Outcome/Progress) para contextualizar metas (ex.: 164 usinas e 2,36 Mha no Year 3) e acompanhar a trilha até a meta de 210 usinas do ciclo 2021–2026.
6) Detalhes úteis que fortalecem sua narrativa
- Papel da ChoC no Brasil: a forte presença de BPS + ChoC no snapshot atual revela um ecossistema que produz e comercializa sob mass balance — padrão ouro para rastreabilidade de alegações em açúcar, etanol e energia.
- Desenvolvimento de padrões: a Bonsucro publica interpretações nacionais quando necessário (ex.: Austrália para BPS v5.2), num processo que segue o ISEAL — referência útil para debates técnicos sobre adequações locais.
- Onde tudo começa: para quem entra agora, a página do BPS v5.2 reúne o padrão e materiais de apoio em português; é um ótimo hub para treinar time e fornecedores.

Conclusão O histórico da Bonsucro no Brasil mostra um país que puxou a fila da certificação e mantém liderança em números absolutos, ainda que com perda de participação relativa pela expansão na Ásia. A fotografia mais recente confirma escala (164 usinas e 2,36 Mha no Year 3) e integração produção-cadeia — terreno fértil para cumprir a EU-RED v3.0 e transitar ao Protocolo v7.0. Entre 2025 e 2026, suas prioridades são claras: governança de dados, LCA coerente, mass balance sólido.
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