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Emissões crescem no país pelo segundo ano consecutivo; setor agropecuário lidera

A atividade agropecuária respondeu por chocantes 74% das emissões do País, sendo que o desmatamento provocado por esta atividade, sozinho, respondeu por 51% do total das emissões nacionais.

As emissões brasileiras de gases de efeito estufa subiram 8,9% no ano passado impulsionadas pelo aumento do desmatamento. Com isso chegaram a 2,28 bilhões de toneladas brutas de CO2, contra 2,09 bilhões em 2015, o maior nível desde 2008. O aumento é o segundo consecutivo: em 2015 já haviam crescido 3,4% em relação às de 2014.

Isto aconteceu em meio à crise econômica, que, esperava-se, levaria à sua queda. A elevação acumulada em 2015 e 2016 foi de 12,3%, contra uma queda acumulada de 7,4 pontos no PIB. Segundo os organizadores do Sistema de Estimativa de Emissões (SEEG) do Observatório do Clima, o “Brasil é a única grande economia do mundo a aumentar a poluição sem gerar riqueza para sua sociedade”.

A atividade agropecuária respondeu por chocantes 74% das emissões no País, sendo que o desmatamento provocado por esta atividade, sozinho, respondeu por 51% do total das nacionais. Em contrapartida, o setor energético reduziu suas emissões em 7,3%.

De acordo com o SEEG, se fosse um país, o agro brasileiro seria o oitavo maior poluidor do planeta, com volume bruto de 1,6 bilhões de toneladas de CO2.

Sobre os resultados, o professor de relações internacionais da UnB, Eduardo Viola, disse que “tragicamente, chegamos em 2017, novamente à espantosa cifra de 11 toneladas de CO2 equivalentes per capita, superior ao da quase totalidade dos países europeus, cuja grande maioria tem uma renda per capita entre 2 e 5 vezes a do Brasil. A intensidade de carbono do PIB (PIB dividido pelas emissões) está novamente em níveis aberrantes para um país de renda média alta como Brasil”.

Texto original EcoDesenvolvimento, e pode ser acessado aqui.