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O binômio, floresta e manutenção da água no solo

Florestas e a manutenção da água no solo

De acordo com Constituição Brasileira, no Artigo 20, item III, as águas são “bens da União: os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos do seu domínio, ou que banhem mais de um estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais”. 

A água é um dos recursos renováveis de maior importância para a manutenção de qualquer tipo de vida. Além disso, tal recuso se encontra embutido nos mais variados produtos comercializados. Havendo uma “pegada hídrica” desde a água da torneira até os pneus dos automóveis nos grandes centros, uma vez que para a fabricação de ambos os produtos houve uma contribuição da utilização do recurso hídrico.

Anteriormente, acreditava-se que ao abordarmos a temática sobre “recursos hídricos” estávamos tratando de uma temática única e limitada ao ciclo da água, no entanto a perspectiva é mais ampla.

Quando falamos de água falamos de solo.

Com os avanços científicos comprovou-se que ao falarmos sobre a manutenção da água paralelamente estamos abordando sobre o solo também. Dessa forma, o manejo e a conservação do solo estão diretamente relacionados com o manejo e a conservação da água no solo, no seu ciclo hidrológico e consequentemente na geração de energia elétrica, no abastecimento de nossas casas e na utilização na agricultura.

Devemos entender como o manejo e conservação do solo, em seu sentido amplo e não apenas a conservação de matas ciliares, reservas legais ou florestas e sim na preservação da vegetação nativa ou em formação no solo como uma complementariedade no manejo e conservação dos recursos hídricos.

Já é sabido que o século 21 apresenta uma série histórica de um regime irregular de chuvas e consequentemente no desabastecimento dos mananciais, reservatórios e dos lençóis freáticos e bacias possuindo relação direta entre manejo inadequado do solo e da vegetação provocando tal cenário.

A presença da floresta e da vegetação mantem as condições ideais para a infiltração da água da chuva no solo. Uma vez que a cobertura do solo protege o mesmo contra o impacto das gostas das chuvas. Além da presença de raízes, galhos e folhas fixarem o solo e promoverem maior fertilidade, ocorre a manutenção da porosidade das camadas superficiais do solo. Levando dessa forma a plena absorção e infiltração da água da chuva, abastecendo as bacias, microbacias e ao nível freático.

Quando vemos um solo com um nível de degradação inicial, apresentando sinais de erosão laminar, assim como em estágios mais avançados como a formação de voçorocas devemos nos perguntar “Qual a relação entre a forma de uso do solo e a redução na disponibilidade de água?”

A lógica entre precipitação e a manutenção dos recursos hídricos. Florestas e a manutenção da água no solo

Todos nós no período fundamental escolar aprendemos sobre o ciclo da água, suas fases físicas e da sua grande importância para a continuidade de qualquer tipo de vida.

No entanto, devido as mudanças edafoclimáticas acentuadas com o passar dos anos, fatores como a presença de vegetação nativa e a alterações de tais fatores estão sendo levados em consideração logo nessa primeira explicação básica.

Atualmente a logica do ciclo da água está pautada em precipitação, interceptação da chuva pela floresta e ou pela vegetação presente, podendo ter a destinação de infiltração, percolação e assim atingindo as bacias e o nível freático. Sendo esse o caminho pelo qual espera-se que ocorra. Entretanto, outro caminho também pode ser realizado, sendo precipitação, baixa ou nenhuma infiltração, escoamento superficial, levando a fertilidade e o solo superficial, desembocando em rios e mananciais podendo ocorrer o seu assoreamento. Fazendo com que dessa forma não haja a manutenção dos níveis freáticos.

Com essa não manutenção, os níveis dos reservatórios que abastecem os grandes centros se encontram prejudicados, atingindo prejudicialmente a geração de energia, fornecimento de água e na utilização de água para a agricultura.  

Como a alteração do regime hídrico impacta a agricultura? Florestas e a manutenção da água no solo

Segunda a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a produção agropecuária é apontada como consumidora de 70% das reservas globais de água doce. No Brasil, esse valor se limita a 72% de utilização. Dessa forma, podemos concluir que a agricultura e a pecuária dependem diretamente da disponibilidade de água, principalmente da água subterrânea.

O Brasil é o maior produtor de alimentos do mundo, seja na produção de commodities visando a exportação, na produção agropecuária ou na produção familiar de consumo interno.

Cada cultura possui uma necessidade específica de água, seja em intensidade, qualidade, disponibilidade e frequência. Sendo inviável a tabulação de parâmetros generalistas para todas as culturas agrícolas. Dessa forma, existem culturas que demandam níveis exorbitantes de água, assim como outras limitam a sua utilização.

Dessa forma, para a efetiva manutenção de todo o ciclo de precipitação, infiltração, percolação, enchimento das camadas freáticas e a sua consequente utilização pelas culturas agrícolas necessitamos restabelecer novamente o regime de chuvas tidas anteriormente. Tal cenário apenas irá se concretizar com o manejo e conservação adequado do solo e da água utilizando técnicas como o plantio em nível, utilização racional de defensivos, terraceamento, reflorestamento e florestamento e tantas outras, uma vez que para a manutenção de um obrigatoriamente o outro deve ser corretamente manejado.

Conteúdo original BiO3. Para saber mais sobre a constituição brasileira e o uso da água, acesse aqui. Para dúvidas, comentários e sugestões entre em contato por aqui.