As tecnologias no uso da energia solar e seus benefícios
As tecnologias em energia solar vem em grande ascendência no Brasil. Alguns dirão que a passos largos. Existem diversos benefícios econômicos e ambientais que estão ajudando a impulsionar o crescimento desta fonte de energia renovável.
No ponto de vista econômico, usando uma residência como referência, o uso da energia solar reduz, ou quase extingue a necessidade de outra fonte de energia para o local, o que reflete em não ter mais conta de luz em casa, impactando em nível nacional. Um simples raciocínio nos traz a resposta, se mais casa utilizarem a tecnologia, menos energia a rede deve distribuir, o que resulta em uma menor necessidade de termoelétricas, redução da inflação nas contas e por consequência, barateando a energia da rede para outras residências que ainda não possuem uma célula solar em casa.
No ponto de vista ambiental, se uma boa parte da população instalar energia solar nas casas, e empresas forem para a mesma iniciativa, não seria mais necessário inundar áreas imensas de altíssimo valor em biodiversidade, como a amazônia, para construir usinas hidrelétricas, como Belo Monte, por exemplo.
Uma usina solar de 100 MWp (Watt-pico é uma medida de potência energética), gera energia para 20.000 casas e evita a emissão de 175.000 toneladas de CO2 por ano.
Uma tecnologia vantajosa
Além disso, certos fatores fazem com que o uso da energia solar em determinadas regiões, como o Brasil, por exemplo, apresentem vantagens excepcionais como: A energia solar é totalmente renovável e infinita; Não faz barulho; Não polui; Sua manutenção é mínima; Baixo custo, levando em consideração a vida útil de um sistema fotovoltaico; Fácil de instalar; E pode ser usado em áreas remotas onde não existe energia.
Pois bem, depois de tantas informações, a seguir nós trouxemos algumas tecnologias que foram usadas em conjunto com a energia solar. E que nos faz repensar nosso jeito de criar ou recriar tecnologias para o mundo.
1. Miniestação de tratamento de esgoto movida a energia solar
O professor e PhD em Educação e Ciências Ambientais, Rodrigo Berté, de Curitiba, criou uma miniestação de tratamento do esgoto movida a energia solar que poderá ajudar a dar um destino bem mais eficiente aos dejetos que são comumente descartados irregularmente.
A estrutura é simples e não utiliza produtos químicos. A placa solar gera energia suficiente para fazer girar duas colmeias feitas de um plástico. O movimento constante possibilita o tratamento biológico e a formação de bactérias que degradarão o material sólido e melhorarão a qualidade para o lançamento em rios, parques e florestas.
Com o processo realizado na miniestação, os dejetos podem ser depositados em qualquer lugar, pois atendem as demandas do Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente – para lançamento em corpos hídricos. O professor afirma que a estrutura pode tratar todo o esgoto doméstico de quatro residências com até 12 pessoas. No total, a miniestação de tratamento custou cerca de R$ 7 mil.
2. Sistema de irrigação movido a energia solar e materiais reciclados
Pesquisadores da Embrapa de São Carlos (SP) apresentaram um novo projeto de sistema de irrigação que economiza água e energia elétrica sem a utilização de motores. Movido a energia solar, o sistema de irrigação é confeccionado com materiais recicláveis como mangueiras e garrafas de vidro ou PET, e custa R$ 20.
O dispositivo funciona da seguinte forma: a luz solar aquece o ar contido em uma garrafa preta (que absorve mais calor do que garrafas claras ou transparentes). O ar procura se expandir e gera pressão sobre a água contida em outra garrafa, que está interligada na garrafa preta através de uma mangueira. Através disso, pode-se montar um grande sistema de irrigação feito de garrafas e mangueira com pequenos furos, por onde a água passa para irrigar o solo.
“Com esse material, um tubo de plástico e as próprias plantas, os tubinhos para as conexões, cola para juntar tudo, não chega a R$ 20. Enquanto, se for usar energia elétrica, motor, uma pequena bomba, ou uma célula solar, vai custar acima de R$ 200”, afirma o pesquisador Washington Luiz de Barros Melo, envolvido no projeto.
Além disso, o uso do novo sistema, que evita desperdício de água e encharque da plantação.
3. Uma planta industrial a nível de produção (sim, inteiramente) movida a energia solar
Planejamento e eficiência energética são dois fatores importantes para empresas que querem diminuir os custos em energia.
Em Portugal, a Wood One, empresa de mobiliário hospitalar e de escritório, resolveu apostar na sustentabilidade, e hoje se gaba de aumentar salários sem que os funcionários o peçam.
A empresa resolveu investir na diminuição da conta de luz, que antes era de cerca de 7 mil euros mensais, através da compra 1485 painéis solares capazes de produzir, cada um, 400 quilowatts por hora.
Para não diminuir a produção de energia limpa no inverno, quando a luz do sol fica apenas poucas horas, a Wood One utiliza as aparas de madeira que são queimadas para repor a diminuição de energia solar.
O investimento de dois milhões de euros trouxe apenas ganhos para a empresa que hoje a primeira fábrica do mundo movida totalmente a energia solar.