Investindo de forma verde e sustentável com os Títulos Verdes
Se você é um leitor assíduo do blog da BiO3 consultoria ou é uma pessoa/empresa que está atenta as novidades tanto no mercado do agro quanto em investimentos no mercado financeiro já ouvir falar sobre os “Green Bounds”. Caso contrário, prepare-se para se tornar!
Em uma tradução livre os “Green Bounds” são conhecidos como os “Títulos Verdes”. Pautados intrinsicamente no modelo ESG que possui o significado de Envorimental, Social and Governance (Sustentável, Social e Governança em uma tradução livre) que esclarece perfeitamente o entendimento de sustentabilidade em seu sentido amplo, como economicamente viável, sendo socialmente justo e ambientalmente correto o tipo de negócio e investimento a ser desenvolvido por uma determinada empresa e ou pessoa.
Assim sendo, tais títulos funcionam como títulos de dívidas tradicionais, apenas se diferenciando quanto ao destino dos recursos captados. Possuem o caráter de renda fixa, os quais são utilizados para a captação de recursos para financiar projetos sustentáveis exclusivamente.
Esses títulos podem ser emitidos tanto por entidades privadas quanto por governamentais. Não sendo necessária a limitação de um tipo específico de ativo, podendo esses serem diversificados.
Na sua grande maioria, os ativos são de característica de médio a longo prazo, atraindo assim investidores institucionais, seguradoras e gestores de ativos. Destacam-se principalmente, CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliário).
Em tese, todo ativo de mercado de renda fixa e passivo de ser verde. Desde que contribua de forma positiva com os princípios da sustentabilidade e que seja mensurável de forma comprovada.
O dinheiro arrecadado pelos “Greens Bounds” é destinado a fins que impactam positivamente o ambiente a e sociedade. Como, os setores de energias renováveis, produção agrícola de baixo impacto de carbono, produção no sistema ILPF, conservação da biodiversidade e tantos outros.
Certificadoras em Títulos Greens
O Esquema de Certificação da Climate Bonds é o primeiro e único esquema internacional que certifica títulos e empréstimos verdes.
Tal esquema define boas práticas de mercado relativas a ações climáticas ambiciosas, elaboração de relatórios e divulgação de dados. Como a adoção de boas práticas de controles internos, rastreamento, reporte e verificações. Financiando apenas ativos compatíveis com as metas do Acordo Climático de Paris.
O “Climate Bonds Standard & Certification Scheme”, instituição certificadora, foi lançada em 2014 e já certificou centenas de instrumentos de dívida, cujo valor total equivale a USD 150 bilhões (outubro/2020). Sendo reconhecido, mundialmente, como boa prática do mercado, o esquema tem captado aproximadamente, 18% do mercado.
O Climate Bonds Standard, detalha os processos de gestão e elaboração de relatórios. O Standard contém requisitos claros para o uso de recursos, seleção de projetos e ativos, gerenciamento de recursos e elaboração de relatórios, que são os componentes dos Princípios de Título Verde.
Essa certificação traz inúmeros benefícios como, A marca aumenta a sua reputação com o Esquema de Certificação atraindo maior visibilidade. Essa maior visibilidade permite que o emissor do título alcance investidores que, de outra forma, não teriam conhecimento da emissão. Além de fomentar uma maior demanda por esse tipo de emissão certificada. Assim, Como a dívida certificada é um subconjunto relativamente menor do mercado geral, ela tem uma demanda mais alta. Estabelecendo assim uma melhoria na reputação do tipo ganha- ganha, tanto credor quanto tomador.
Basicamente a adoção da certificação se baseia em sete passos, sendo:
- Informar a CBI de seus planos de emissão. Elaborar os documentos de divulgação e o Framework de Títulos Verdes
- Contratar um verificador aprovado.
- Encaminhar o pedido de certificação à CBI.
- Certificação pré-emissão
- Marketing e emissão de títulos
- Certificação pós-emissão
- Relatórios anuais
O Brasil e os Greens Bounds títulos verdes
Com o respeito e a adequação ao Código Florestal brasileiro o atendimento aos critérios estabelecidos para a certificação em títulos verdes no brasil ocorre de forma “automática” uma vez que o Código Florestal brasileiro é pautado em práticas conservacionistas para a possibilidade de agricultura e pecuária.
Tudo isso possui direta relação com o hábito de consumo da população brasileira que está a cada dia mais exigente em relação ao conhecimento da origem dos produtos consumidos.
Assim sendo, para entrar nesse promissor mercado a certificação é obrigatória, por parte dos produtores e das empresas relacionadas ao processo de produção.
Com essa certificação, ratificando a sua obediência aos princípios do ESG o produtor consegue crédito rurais mais previsível e fácil, com uma iniciativa de crédito mais sustentável ao longo do tempo. Agregando maior eficiência a produção com mão de obra, redução de custo de produção e tantas outras qualidades, devido a melhor gestão proposta no sistema.
O Brasil possui uma grande oportunidade de ser líder no mercado de GreenBounds. No entanto, ainda estamos incipientes. Dados do ano de 2019 mostram que fomos responsáveis por menos da metade da emissão de títulos verdes em escala mundial. Subestimando a nossa participação nesse mercado.
Portanto, como provas concretas de que o Brasil possui todos os requisitos para liderar tal mercado, são os protocolos de conduta e novas tecnologias de produção e manejo já desenvolvidas pela Embrapa (Empresa brasileira de pesquisa agropecuária) em agricultura de baixo carbono, sistema ILPF (Integração Lavoura, Pecuária e Floresta) e o Cbio (Renovabio), para o crédito de carbono.
Esse é um conteúdo original BiO3. Para saber mais sobre os “Greens Bounds” acesse aqui. Para acessar o texto na integra sobre certificação e ficar atualizado sobre as novidades desse mercado, acesse aqui.
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