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GHG Protocol – Ciclo 2024 e o Inventário de Carbono

Neste artigo falaremos brevemente dos treinamentos presentes no Ciclo 2024 da FGV – EAESP e daremos mais detalhes sobre os Inventários de Carbono, suas especificações, pontos de atenção e desafios. Também falaremos sobre seus princípios de execução e a classificação dos inventários, conforme sua complexidade.

FGV EAESP e os treinamentos nesta área

                   O Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces), da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV EAESP), é um espaço aberto de estudo, aprendizado, reflexão, inovação e de produção de conhecimento, composto por pessoas de formação multidisciplinar. O FGVces trabalha no desenvolvimento de estratégias, políticas e ferramentas de gestão públicas e empresariais para a sustentabilidade, no âmbito local, nacional e internacional. Nele está o Programa de Política e Economia Ambiental, que gerencia o Programa Brasileiro GHG Protocol (PBGHG).

                   O Programa Brasileiro GHG Protocol (PBGHG) foi criado em 2008 e é responsável pela adaptação do método GHG Protocol ao contexto brasileiro e desenvolvimento de ferramentas de cálculo para estimativas de emissões de gases do efeito estufa (GEE). Desenvolvido pelo FGVces e WRI, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), World Business Council for Sustainable Development (WBSCD) e 27 Empresas Fundadoras. Atua na capacitação de organizações para realização de inventários organizacionais de GEE, tendo treinado mais de 1.800 gestores.

POR QUE PARTICIPAR DO CICLO 2024?

• Compreender riscos e oportunidades associados à precificação de carbono (ambiente regulado e voluntário);

• Obter insumos para estabelecer posicionamento e estratégia empresarial diante de um mercado regulado;

• Emular o funcionamento de sistema de comércio de emissões e capacitar os representantes das empresas;

• Estimular intercâmbio de informações para o subsídio de políticas públicas;

• Contribuir para o avanço do conhecimento e práticas do setor empresarial brasileiro.

Inventários de Carbono

                   O Protocolo Gases de Efeito Estufa (GHG Protocol) foi fundado pelo WRI (World Resources Institute) e WBCSD (World Business Council for Sustainable Development). O objetivo por trás dele é estruturar e padronizar a contabilidade, garantindo a precisão e transparência. Enquanto o IPCC (The Intergovernmental Panel on Climate Change) seguiu com a incumbência de monitorar e verificar as emissões e ser o responsável por sinalizar os problemas o GHG Protocol surge para pôr na prática o ato de gerar inventários e adequar cálculos e contabilizações para distintos setores. No site do GHG Protocol você consegue encontrar de guidances, frameworks e ferramentas que apoiam a construção dos inventários de carbono e os cálculos de cada categoria exemplificando:

• Como é possível calcular,

• Quais dados,

• Como gerar/obter esses dados,

• Estimativas permitidas,

• Qualidade dos dados,

• Precaução na seleção da informação,

• Recorrência na construção dos inventários,

• Como mobilizar os fornecedores,

• E muito mais

                   O inventário de carbono é uma ferramenta de mensuração de impactos que funciona através de delimitações de fontes de emissão que podem pertencer diretamente a empresa ou de seus fornecedores. Dessa forma, divide-se o inventário em 3 escopos distintos.

No escopo 1 consideramos as emissões provenientes das operações limitadas a indústria, empresa, fazenda, CD, loja ou escritório. Temos aqui as emissões diretas provenientes de fontes que são de propriedade ou controladas pela empresa Qualquer empreendimento é possível de ser contabilizado. Aqui as fontes de emissão de interesse são:

• Combustão estacionará;

• Combustão Móvel;

• Processos Industriais;

• Gases Refrigerantes;

• Mudança de uso da terra;

• Atividades Agrícolas;

• Resíduos Sólidos;

• Efluentes;

                   No escopo 2 as fontes de emissões consideradas em relação ao consumo, transporte e distribuição de energia e calor. Essas emissões são indiretas, provenientes da geração de energia elétrica adquirida e consumida pela empresa (Compra e Eletricidade), e quando olhamos para empresas do setor energético estão atreladas a Transferência e Distribuição.

• Compra de Energia Elétrica;

• Perdas T&D Localização;

• Compra de Energia Térmica

• Eletricidade Escolha de Compra

• Perdas T&D Escolha de Compra

                   Já o escopo mais extenso e muitas vezes desafiador é o escopo 3 devido as emissões que devem ser contabilizadas não pertencem diretamente as operações da companhia, mas são decorrentes das operações juntos aos seus fornecedores, então são as emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor da empresa. Sendo que dividimos entre Upstream e Downstream.

Fontes Upstream (antes da produção/transformação)

• Bens e Serviço Comprados;

• Bens de Capital;

• Emissões de ciclo de vida de combustíveis e energia do Escopo 1 e 2;

• Transporte e Distribuição Upstream;

• Resíduos e efluentes;

• Viagens a negócios;

• Transporte de funcionários;

• Arrendamento de terras;

Fontes Downstream (depois da produção/transformação)

• Transporte e Distribuição Downstream;

• Produtos Vendidos;

• Uso dos Produtos Vendidos;

• Fim da Vida dos Produtos Vendidos;

• Terras Cedidas para Arrendamento;

• Franquias;

• Investimentos;

Os 5 Princípios

                   Os 5 princípios da execução de um inventário devem ser seguidos, estes são: Relevância, Integridade, Consistência, Transparência e Exatidão. Eles servem para embasar o objetivo de se ter um inventário que é a constante evolução na temática climática, se atentar que devemos ser francos na maturidade da companhia, e que de inventário em inventário é possível ir aprimorando a coleta de dados para os cálculos, que nem todas as categorias serão possíveis de se calcular, que é necessário fazer pesquisas e benchmaking para entender o que é relevante no setor (CETESB, 2016).

                   As empresas operam em diversas estruturas legais e organizacionais, incluindo propriedade integral, joint ventures incorporadas e não incorporadas, subsidiárias, entre outras. Para o inventário, é crucial definir os limites organizacionais, o que envolve escolher uma abordagem para o levantamento e consolidação das emissões, permitindo às empresas registrarem de forma coerente e aqui dividimos se a organização possui o controle operacional das atividades ou é uma sócia com apenas uma porcentagem dos bônus e ônus dos controles operacionais.

                   Os passos pré-execução são as delimitações. Para saber o que vamos contabilizar precisa definir os níveis da organização e tudo seguir a mesma política de consolidação. As regras de abordagem também se aplicam a casos de participação estatal ou participação público privada.

A Classificação dos Inventários

O Registro Público das Emissões

                   O Programa Brasileiro desenvolveu o Registro Público de Emissões do Programa Brasileiro (Registro Público), plataforma online que permite que as OIs insiram dados, calculem emissões e publiquem seus inventários. O Registro Público também tem como objetivo criar um banco de dados de emissões organizacionais, manter um histórico dos inventários de GEE publicados e tornar os dados de GEE acessíveis ao público em geral, de forma didática. Para completar o processo de verificação, a organização inventariante fará o upload de seu inventário verificado e respectiva declaração de verificação (emitida pelo OV) na área restrita do Registro Público a fim de possibilitar a sua revisão por parte da Equipe do Programa Brasileiro. A revisão do inventário e declaração é feita pela Equipe do Programa Brasileiro com apoio da organização inventariante e durante esta fase ambos os documentos são tratados como confidenciais. Ao fim do processo de revisão a declaração de verificação é anexada à versão final do inventário que deve ser aprovada pela OI. Após a aprovação os documentos são disponibilizados pele Equipe do Programa Brasileiro na área pública do Registro Público de Emissões. Para mais informações a respeito do GHG Protocol, clique aqui.